
Fomos resgatadas enquanto despretensiosamente passávamos pelo corredor, rumo a sala 5. A emergência chegou antes de chegarmos ao nosso destino. Ela veio gritando:n
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— Dra. Brisa! Dra. Brisa! Vem cá no bloco! n
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Entramos eu e Dra. Zabeinha. No sentido contrário a nós, vinha uma maca transportando um jovem senhor, coberto do pescoço para baixo. Na entrada do CTI pós cirúrgico aconteceu nosso encontro.n
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Ele ainda estava meio grogue da anestesia. Nós nos apresentamos e informamos que fizemos sua cirurgia e que tinha sido um enorme sucesso! O bicho de pé havia sido extraído com louvor e precisão. Ele soltou uma imensa gargalhada, mostrando toda a gengiva. Neste exato momento, um rapaz se aproximou e disse:n
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— Deixa só eu dar uma palavrinha com ele?n
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— E quem é o senhor?n
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— Eu sou filho dele. Ele é meu pai.n
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— O senhor confirma essa informação? Perguntei ao suposto pai.n
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— Claro! Respondeu, já abrindo outra vez a gargalhada.n
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— Seu pai está ótimo! O bicho de pé foi extraído. Estava gordinho e bastante satisfeito. Disse Dra. Zabeinha.n
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O filho, então, abriu o mesmo e exato sorriso do pai. Constatamos a semelhança genética e o exame de DNA, mais instantâneo que miojo, foi realizado! Se você me perguntar qual a relação entre uma cirurgia, um bicho de pé e um exame de DNA, digo com certeza:n
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— Um desvio, um sorriso e 3 minutos!