O planeta Terra é internado no hospital. Uma dupla de médicos palhaços se encarrega de acompanhá-lo durante o tratamento. Novo trabalho traz alerta sensível sobre a questão ambiental, no ano em que o Instituto celebra 10 anos de palhaçaria profissional, em espaços de saúde.
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No dia 16 de dezembro, sexta, estreia o espetáculo Um ponto azul, nova montagem do Instituto Hahaha, com direção de Mateus Solano e dramaturgia de Nereu Afonso da Silva (Doutores da Alegria – SP). Em cena, a dupla de médicos palhaços Dr. Custódio (Eliseu Custódio) e Dra. Xuleta (Gyuliana Duarte) têm a missão de salvar um paciente inusitado que acaba de ser internado: o planeta terra. O espetáculo alia a delicadeza da palhaçaria hospitalar à urgência do cuidado com o meio ambiente. Um alerta sensível do Instituto Hahaha na comemoração de seus 10 anos de palhaçaria profissional em ambientes de saúde.
nnnnO espetáculo faz curta temporada com apresentações gratuitas que acontecem nos dias 16 de dezembro, sexta, às 20h, e nos dias 17 e 18, sábado e domingo, às 19h, na sede do Instituto Hahaha (Santa Tereza), com duração de 50 minutos e classificação livre. A retirada de ingressos deve ser feita antes das apresentações pelo site sympla.com.br/institutohahaha, e está sujeita à lotação do espaço. As sessões possuem intérprete de libras, com acessibilidade a pessoas com deficiência auditiva. Este espetáculo é executado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com o patrocínio master da Drogaria Araujo e da Usiminas, e apoio de Magotteaux e Therm-jet, com realização da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Pátria Amada Brasil.
nnnnSegundo a atriz e palhaça Gyuliana Duarte, uma das fundadoras do Hahaha, as experiências vividas nos hospitais são o ponto de partida para o novo trabalho. “Estabelecer um encontro da palhaçaria com pacientes, acompanhantes, profissionais de saúde e toda a comunidade hospitalar, nos fez pensar sobre a vida, a morte, a doença e sobre a relação que estamos travando com o mundo”. Ela conta que a partir de 2018, nasce o desejo de transformar as reflexões em cena. “Nas visitas, começamos a estabelecer outras formas de olhar para a vida, com foco na prevenção e menos na doença. E isso tem relação com o mundo, com o cuidado que temos com ele. Esse cuidar que se reflete na gente mesmo”, diz.
nnnnPara Eliseu Custódio, palhaço e co-fundador do Instituto, a alegria é um direito. “É direito nato ser feliz. Estamos atuando nos hospitais com pessoas e famílias em alta vulnerabilidade, a alegria acontece no encontro do outro com a palhaçaria, mas para atingir um estado pleno, devemos considerar a qualidade de vida de todas as pessoas. A gente começou a perceber as pessoas não só no hospital, em momentos vulneráveis, mas no estado pleno de saúde. Para chegar a esse estado, a alegria, os direitos sociais, a moradia, a alimentação, entre outros, deveriam ser garantidos. É aí que falar do mundo é de certa forma falar do nosso trabalho. Quando se cuida do mundo, a gente também começa a cuidar de todos, por um prisma não da doença, mas de uma cultura da saúde, da conexão, do riso, uma cultura que traz equilíbrio para o planeta”, afirma. “Um ponto azul” começa com a notícia de que o planeta terra precisa ir para a maca. No palco, uma médica e um médico, vestidos com seus jalecos, estão prontos para atender o paciente. Juntos, Dra. Xuleta, besteirologista, com um metro e meio de belezura, e seu parceiro de trabalho, o Dr. Custódio, um D. Quixote, errante e viajandão avaliam sintomas, estabelecem diagnósticos, preconizam exames e, com a ajuda do próprio paciente, apontam um possível caminho para a cura. “A gente precisa rever a forma da nossa cultura de vida, do que a gente faz e pensa que é correto, porque a gente está no fluxo de vida ali acelerado, no ritmo ‘consome, compra e joga fora’. Está tudo no mundo. Então a gente acredita que se tiver mudanças, será para um todo e isso, sem dúvida, vai se refletir também no ambiente hospitalar”, alerta Gyuliana Duarte.
nnnnEliseu Custódio ressalta que a intenção em cena é provocar o público para um olhar, ao mesmo tempo coletivo e individual: “a gente traz o mundo para a cena. Nele, estão representados todos os nossos pacientes, crianças, adolescentes, idosos, profissionais de saúde e familiares. Estamos todos em cena, somos todos pacientes, nós e o mundo. Mas alguém conhece ele? Alguém se importa com ele? Alguém é responsável por ele? Neste momento precisamos colocar o mundo em foco e convidar as pessoas a serem co-responsáveis nos cuidados com o planeta”.
nFoto: Carol Reis
O convite para Solano assumir a direção não foi por acaso. “Mateus é uma pessoa totalmente engajada nas causas ambientais, não fica na fala, ele vai para a prática”, explica Gyuliana que foi colega do ator no curso de Artes cênicas da UNIRIO. “A gente se acompanha, se admira”. “Um ponto azul” é a primeira direção de Solano, que não esconde o desafio de estar do outro lado. “Apesar de poucas ferramentas como diretor, sou um ambientalista. Meus estímulos são no sentido de como tratar, em cena, assunto tão delicado”. O ator completa que é uma honra fazer parte dos festejos de 10 anos do Hahaha. “Tenho muito respeito pelo trabalho do palhaço, que, ao contrário do que se pensa, é algo muito sério, sobretudo quando feito para crianças e adultos nos hospitais”, afirma. Diferentemente de outros trabalhos já realizados pelo Instituto, segundo Eliseu Custódio, em ‘Um ponto azul’ “elaboramos uma dramaturgia diferenciada e inédita, em que o cenário também é um hospital. É uma reflexão sobre o que realizamos nos ambientes de saúde”. Para o artista, a parceria com Nereu Afonso da Silva (Doutores da alegria SP) foi algo natural. “Ele conhece a dramaturgia dos quartos, a narrativa da palhaçaria hospitalar, que é diferente da rua”, conta.
nnnnAlém de dramaturgo, Nereu atua como palhaço em hospital desde 1996. “Quando me ligaram, aceitei na hora o convite e rapidamente começamos a levantar desejos e a produzir materiais”, lembra. Para o autor, escrever, criar situações e tramas para palhaços é sempre um grande desafio. “Foi preciso antes conhecer em sala de ensaio a palhaça Xuleta e o palhaço Custódio para aí entrever seus temperamentos e seus respectivos leques de recursos”. Nereu comenta que recebeu a proposta de aliar a delicadeza da palhaçaria hospitalar à urgência da questão climática global como algo atraente e acertado. “O planeta está doente e a figura palhacesca, provida de sua inerente fragilidade, é mais do que propícia para abordar o tema sem negar sua complexidade”, acredita.
nnnnCom tantas questões ambientais para abordar, de acordo com a atriz Gyuliana Duarte, durante o processo colaborativo, delimitar se tornou uma missão quase impossível. “Quando a gente fala de mundo, são muitas urgências”. Ela reforça que o objetivo da obra é conscientizar o público. “Não queremos passar uma cartilha do que deve ser feito. O espetáculo não é educacional, mas vai trazer reflexões sobre a urgência de mudar, com uma estrutura poética”, explica.
nnnnSOBRE O INSTITUTO HAHAHA
nnnnO Instituto Hahaha foi criado em 2012 em Belo Horizonte, inspirado na primeira organização de palhaços médicos “Clown Care Unit” de Nova Iorque e com a expertise de cinco anos de atuação na organização Doutores da Alegria em Belo Horizonte. Em 2014, foi reconhecido pela sociedade com a condecoração de Honra ao Mérito pela Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte e prêmio de Gentileza Urbana pelo Conselho Estadual de Arquitetura de MG. A organização completa dez anos em 2022. No início atendia 5 hospitais pediátricos da Rede SUS. Atualmente, está presente em 20 instituições e expandiu o atendimento para idosos e crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente, em UAIs e ILPIs.
nnnnA organização é hoje referência e um dos principais grupos que desenvolvem esse trabalho em Minas Gerais. Desde a fundação, mais de um milhão de pessoas foram alcançadas, dentro e fora do ambiente hospitalar. Ações como a que o Hahaha realiza fazem parte da busca por garantir o acesso à cultura da alegria para todos. Para que o trabalho se mantenha de forma contínua em cada entidade, o Instituto Hahaha conta com o apoio por meio de doações. Conheça a campanha no site evoe.cc/institutohahaha2.
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FICHA TÉCNICA
nnnnRealização: Instituto Hahaha Concepção: Gyuliana Duarte Direção: Mateus Solano Dramaturgia: Nereu Afonso da Silva Trilha sonora: Rafael Martini Atores/ Criadores: Eliseu Custódio e Gyuliana Duarte Cenografia e adereços: Maru Rivera e Igor Godinho Figurinista: Marney Heitmann Iluminação: Jésus Latalisa Produção: Jhulia Santos Design: Bruno Oliveira
nnnnSERVIÇO
nnnnUm Ponto Azulcom direção de Mateus Solano
nnnn16/12 (sexta) – 20h 17/12 e 18/12 (sábado e domingo) – 19h Local: sede do Instituto Hahaha (Rua: Estrela do Sul, 126 – Santa Tereza) Entrada gratuita | Duração: 50 min. | Tradução em Libras | Classificação indicativa: livre
nnnnGRATUITO
nnnnRetirada de ingressos pelo site www.sympla.com.br/institutohahaha (sujeito à lotação do espaço).
nnnnSinopse
nnnnO planeta Terra é internado no hospital. Uma dupla de médicos palhaços se encarrega de acompanhá-lo durante o tratamento. Avaliam sintomas, estabelecem diagnósticos, preconizam exames e, com a ajuda do próprio paciente, apontam um possível caminho para a cura. O espetáculo, criado por meio de processo colaborativo, alia a delicadeza da palhaçaria hospitalar à urgência da questão climática global. Um alerta sensível do Instituto Hahaha na comemoração de seus 10 anos de atuação com a palhaçaria profissional em ambientes de saúde.
nnnnnnINFORMAÇÕES PARA IMPRENSA
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