Ai, ai, ai, cadê?

Houve uma grande confusão no corredor. Dr. Canhoto havia se atrapalhado ao entrar no último quarto do grande e estreito corredor pintado de rosa. Lá no fundo, no quarto amarelo, tem duas portas, quer dizer, três contando a do banheiro! Eu, Dra. Zabeinha, entrei pela porta 01, cumprimentei Kaique que estava sentadinho em sua cama tomando seu Todinho e comendo seu pão com manteiga. Ao olhar para o lado, notei que Canhoto não estava, perguntei se alguém o viu, porém ninguém sabia dele. Saí pela porta 02 para encontrar aquele tonto. Dei quatro voltas no corredor e nada. Entrei no quarto novamente e me disseram que ele estava me procurando. Saí pela 01 e fui até o refeitório, tomei dois cafés, comi três pães e voltei. Perguntei “cadê o paspalho?” E, novamente, me disseram que ele estava me procurando.

 

Saí pela porta 02, dei uma volta inteira no 13º andar, fui na feira hippie, comprei sete brincos de pena, e cheguei no quarto. Kaique me disse que tinha meia hora que o doutor tinha entrado na porta 03. Bati e só um grito de “Uiuiui” saiu. Eu chamei, gritei, esperneei, e ele só saiu quando Kaique disse: sai daí! A porta lentamente se abriu e Dr. Canhoto estava todo suado, pálido, com as mãos molhadas e segurava um papel higiênico. Kaique arregalou os olhos e disse: “que nojo!”. Não pude me conter e o coloquei para fora, mas antes ele entregou o papel na mão de Kaique para que ele jogasse fora. Foi aí que a porca torceu o nabo! Kaique num salto levantou da cama e saiu correndo atrás desse porcão. Foi uma grande confusão em plena tarde de segunda na Santa Casa BH. Desde então, o banheiro da suíte de Kaique está interditado, vai saber por que, né?

 
 

Texto: Dra. Zabeinha (Juliene Lellis)

Foto: Fabiano Lana