A fábula dos Palhaços Sagradosn

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Era uma vez um passarinho que dormia no seu ninho. Do seu ladinho o papai gavião cuidava de seu precioso filhotinho.

Tudo indica que nosso “Passarim” estava dodói, mal conseguia abrir o olho, muito menos as asinhas bater para pegar voo vida afora.

Era meio-dia, quiçá por isso mamãe gavião não estava em casa, devia ter saído na procura de alimento para sua cria e seu fiel companheiro que ficava alternando entre o cafuné e a segurança do ninho.

No sol do meio-dia, duas cigarras que estavam à procura de sombra, passam passeando pelo galho da família gavião enquanto assoviavam suas cantorias. Enquanto isso, dona andorinha que limpava os corredores da árvore falou com eles bem baixinho e bem devagarinho (com a doçura de seus olhos de amêndoas), autorizando a dupla passar perto do ninho, mas que cantassem bem de levinho ao atravessar o galho.

Mas quando Dom gavião percebeu a presença dos musicistas… ZÁZ! Abre o sorriso!

Imediatamente pede que cantem para seu filhote adormecido, e todo empolgado começa a bater as asas junto às cigarras. Em um determinado momento, pega sua câmera de fotos para o momento registrar, mas seu filhote continua adormecido. Dom gavião faz de tudo para ele acordar enquanto as cigarras continuam a cantar. Assim passa o tempo e os olhinhos do nosso “Passarim” mal podiam registrar aquela festança musical, foram muitas tentativas de acordá-lo enquanto as cigarras não paravam de saltar e pular.

Ninguém desistiu e a ciranda dos dois continuou, até que finalmente o flash da câmera registrou a emoção desta canção. Canção que devagarinho se perdia entre os galhos e as folhas da Santa Floresta, casa de plantas e bichinhos que a mãe natureza criou. E assim meio dançando, meio rebolando, meio cantando, meio assoviando se escutava de longe um: “LARÀ LARARILILARÀ LARALILILARALIIALARÀ LARALALILALÀ…… LARÀ LARARILILARÀ LARALILILARALIIALARÀ LARALALILALA…… LARÀ LARARILILARÀ LARALILILARALIIALARÀ LARALALILALÀ ……”

Escrito e enviado pelo pombo correio, pelo Doutor Cloro e pela Doutora Rosa. Desde um Belo Horizonte de inverno das terras montanhosas de Minas Gerais.