Ontem encontramos algumas crianças que não podiam rir. Por cirurgia ou por doença mesmo. Entramos no corredor do Hospital Santa Casa e fomos ao quarto dela. Uma menina grandona de longos cabelos e super brincalhona estava escovando os dentes. De pronto, ela nos avisou:n—Eu não posso rir.nMas tinha um pouco de charme temperando a verdade da menina. Não resistimos! Foi um “trupico” aqui, uma “portadinha” ali, um esbarrão na parceira, uma troca de lugar mais brusca com alguém que passava. E a menina avisou novamente:n— Eu não posso rir!nE aí, dessa vez, havia menos charme na voz, mais disponibilidade e interesse. Respeitamos. Paramos a palhaçada e saímos. Dr. Risoto carregou, então, Dra. Suzette Marie para fora do quarto. Da porta, olhando para a menina, pudemos ver que ela agora estava relaxada. Ela não ria e também não tinha nenhuma cara de dor. Estava tranquila, escovando os dentes.