Arte da palhaçaria mira o riso para falar sobre os direitos da criança e do adolescente. Montagem será apresentada no dia 16 de maio, na Praça Floriano Peixoto, e no dia 17, na Praça José Verano da Silva, no Barreiro, e depois irá percorrer as regionais da capital.
Fortalecendo ações de conscientização pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o conhecido 18 de maio, o Instituto Hahaha empresta sua arte e estreia em Belo Horizonte, nos dias 16 e 17 de de maio, seu mais novo espetáculo de palhaçaria na rua, “Tá no Estatuto!” A montagem aposta numa proposta lúdica e engraçada para destacar o tema da violação de direitos contra a infância e a adolescência , apresentando ao público os direitos previstos na principal legislação sobre o assunto, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Como é que a gente tenta falar do Estatuto com palhaços? Pegando suas escritas e palavras e fazendo cambalhota com elas”, brinca o diretor da peça, Vinícius de Souza, explicando ao mesmo tempo a essência e o desafio desse espetáculo. (…)
A estreia acontecerá no dia 16 de maio, sexta, às 19h, na Praça Floriano Peixoto, no bairro Santa Efigênia, e no dia 17, sábado, às 17:30, na Praça José Verando, no Barreiro. Depois disso, o espetáculo irá circular também pelas outras regionais, sempre com apresentações gratuitas em praças e escolas. “Essa é uma estratégia para alcançar o maior número de pessoas possível, nos variados territórios da capital. O ECA é assunto para todas as classes sociais! Precisamos intensificar o diálogo com a sociedade sobre a infância e a adolescência. Será que estamos prestes a perder nossa própria humanidade? A criança nasce e precisa de cuidados e proteção. Resta saber que mundo estamos deixando para nossas crianças e os adolescentes” informa Eliseu Custódio, co-fundador do Instituto Hahaha.
Contando com a parceria do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), o tema do espetáculo é oportuno, e vai ao encontro da trajetória do Instituto Hahaha, uma organização que há mais de 12 anos vem promovendo a arte da palhaçaria e espalhando o riso em espaços de saúde e vulnerabilidade social. “Sentimos a necessidade de trazer as leis que regem o ECA, que desde 1990, quando foram criadas, estão tão engessadas no papel, para uma produção artística que chegue às ruas da cidade”, afirma a gestora de execução artística e co-fundadora do Instituto Hahaha, Gyuliana Duarte.
“O Hahaha tem uma presença continuada na construção de políticas públicas para crianças e adolescentes do município de Belo Horizonte. Por meio do trabalho de palhaçaria nos hospitais, garantimos o direito e acesso à arte e cultura. E não para por aí: somos entidade conselheira no Conselho Municipal dos Direitos de Crianças e Adolescentes (CMDCA), estamos juntos a outras entidades da sociedade civil e poder público na luta e defesa dos direitos das crianças e adolescentes”, diz Eliseu Custódio.
A estrutura da peça não se baseia em uma narrativa linear, mas em performances que envolvem música, dança, improviso e muita interação com o público. Dessa forma, explica Vinícius de Souza, apresentam-se seis capítulos do ECA, escolhidos a partir de um processo coletivo de criação. “São vários quadros independentes, interligados por uma palhaça, a Dodote Bololô (Margareth Serra), que interpreta a organizadora de uma assembleia. No percurso, ela encontra convidados especiais e cada um, ao seu modo, explica um capítulo do estatuto”, antecipa Vinícius de Souza num breve spoiler do que o público vivenciará no espetáculo.
“É pelo viés da arte da palhaçaria e pelo teatro na rua que trazemos o ECA para o centro da roda em praças públicas das nove regionais de Belo Horizonte. Queremos que o espetáculo chegue a toda a comunidade, por isso a escolha da rua. Essa conversa tem que ser ampla, aberta, participativa e viva, como o teatro é feito, no agora, no ato da cena, em construção coletiva e continuada. Este é o desafio: construir coletivamente a proteção de nossas crianças e adolescentes”, sublinha Eliseu Custódio.
Vinícius de Souza, que além de dirigir o espetáculo também assina o texto, conta que no “Tá no Estatuto!” há uma dramaturgia mais aberta e flexível. “É claro que existe um roteiro pré-estabelecido, mas em vários momentos os artistas têm liberdade para improvisar e jogar com a plateia. Mas esses improvisos não são aleatórios, partem de estudos sobre o ECA que estamos desenvolvendo há meses. O repertório do espetáculo é imenso, mas a todo o momento, tanto na dramaturgia quanto na direção, trabalhamos de forma que a estrutura do espetáculo não restrinja a espontaneidade dos palhaços.”
Gyuliana Duarte conta sobre a originalidade que marcou a concepção de “Tá no Estatuto!” “Cada palhaço recebeu um capítulo e teve de dar conta dele. Assim, cada um está investindo numa linguagem, que parte da própria experiência como artista. Tem alguns que estão explicando o capítulo pelo desenho, outros por uma conversa informal, ou por um humor bem delirante”, explica.
“O ECA é difícil, é hermético, é verborrágico… Quando iniciamos os estudos e ensaios, pensamos: como um palhaço faria a leitura de cada capítulo do ECA? Como dar voz aos direitos das crianças e dos adolescentes por meio da palhaçaria? E eu tive a impressão de que um caminho seria fazer as palavras do estatuto dançarem, pularem, darem cambalhotas! Não necessariamente o palhaço fazendo cambalhota, mas brincar com as próprias palavras do estatuto”, diz Vinícius de Souza.
Visualmente, “Tá no estatuto!” também traz inovação. O figurino escapa da clássica roupa de palhaço, para dar um ar mais urbano e adolescente à produção, Marcos Hill assina a direção de figurino. No cenário a assinatura é de Luiz Dias. Já na música, que tem direção de Gladson Braga, imaginação e criatividade é que dão o acorde. “A música é incorporada no espetáculo no sentido de criar ambientes para os textos e trazer um pouco da comicidade, por meio dos sons dos instrumentos e das composições do grupo. A proposta musical vem do que reflete cada personagem. Para cada movimento do palhaço e da palhaça, eu criei sonoridades. E a própria improvisação traz muitas sonoridades diferentes, que não são consideradas musicais, como ruído, o timbre ….”, Gladson Braga.
“Tem um refrão que se repete, mas o resto está quase tudo sendo improvisado. Porque eles também irão improvisar a partir dos elementos da plateia”, completa o diretor da montagem, Vinícius de Souza.
O projeto “Hahaha e ECA – Direitos garantidos” é executado com fomento do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da Prefeitura de Belo Horizonte, com patrocínio Master da Vale, patrocínio Instituto Unimed-BH, Cemig, Hypofarma, Loja Elétrica, Supermix Concreto, Tambasa e Vaccinar.
Instituto Hahaha
O Instituto Hahaha é uma organização da sociedade civil (OSC) que promove a arte da palhaçaria em espaços de saúde e de acolhimento. Com a missão de colocar o riso a serviço da vida, busca garantir o direito e acesso à arte e à cultura para crianças, adolescentes, adultos, idosos, seus familiares, profissionais de saúde e corpo técnico.
Fundado em 2012 por Elen Couto, Eliseu Custódio e Gyuliana Duarte o Hahaha foi inspirado na primeira organização de palhaços médicos “Clown Care Unit” de Nova Iorque e com a expertise de cinco anos de atuação na organização Doutores da Alegria em Belo Horizonte. Além disso, é representante da sociedade civil no Conselho Municipal do Idoso e Conselho Municipal da Criança e do Adolescente em Belo Horizonte.
A instituição é reconhecida hoje com Prêmio de Gentileza Urbana pelo Conselho Estadual de Arquitetura de MG (2013), Condecoração de Honra ao Mérito pela Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (2014), 2º Lugar na 3ª edição do Prêmio Pró-longevidade (2021), na categoria Pessoa Jurídica, pelas ações de promoção à saúde e bem-estar às pessoas idosas e Prêmio Amigos do Bairro de Santa Tereza pela Associação dos Amigos do Bairro Santa Tereza (2022).
Ficha técnica “Tá no Estatuto”
Coordenação geral: Eliseu Custódio, Elen Couto, Gyuliana Duarte
Direção Geral: Vinícius de Souza
Dramaturgia: Vinícius de Souza e elenco
Assistente de Direção: Daniela Rosa
Direção Musical: Gladson Braga
Figurino: Marcos Hill
Cenário: Luiz Dias
Elenco:
Letícia DiCássia – Palhaça Aurélia
Ana Carolina Siqueira – Palhaça Sikera
Led Marques – Palhaço Ledson Cambaiota
Margareth Serra – Palhaça Dodote
Marcus Carvalho – Palhaço Pinga
Vinicio Queiroz – Palhaço Chouriço com Feitiço
Musicistas: Gladson Braga, Raissa Uchôa, Laura Raizes
Preparação Vocal: Ana Hadad
Orientação de movimento: Led Marques
Orientação lúdica: Vinício Queiroz
Assistente de figurino: Vanessa Santos
Costura: Maria Lucas, Maria Guiomar
Customização: CRAVA Ateliê
Assistente de cenário: Caroline Manso
Cenotécnicos: Helvécio Isabel, Leonardo Caetano, Pedro Jacinto Neto, Geraldo Alves Isabel.
Produção: Millena Muniz
Assistente de Produção: Bárbara Sill
Coordenação de comunicação: Roberta Nunes
Arte gráfica: Filipe Lampejo e Rita Davis
Design: Bruno Oliveira
Redes Sociais: Isabela Lisboa
Assessoria de comunicação: CS Comunicação e Arte
SERVIÇO:
Estreia espetáculo “Tá no Estatuto!”
Dia 16 de maio, sexta, às 19h
Praça Floriano Peixoto – Santa Efigênia
Dia 17 de maio, sábado, 17h30
Praça José Verano da Silva – Barreiro
Gratuito
Confira a programação completa do espetáculo Tá no Estatuto!:
16/05 – Praça Floriano Peixoto (Leste) – 19h
17/05 – Praça José Verano da Silva (Barreiro) – 17h30
30/05 – Praça da Assembleia (Lourdes) (Centro-Sul) – 19h
01/06 – Quadra em frente à Casa do Beco – Aglomerado Santa Lúcia (Centro-Sul) – 17h30
07/06 – Praça do Encontro (Venda Nova) – 17h30
08/06 – Parque Municipal (Centro) – 11h
05/07 – Praça Duque de Caxias (Leste) – 17h30
06/07 – Parque JK (Centro-Sul) – 17h30
03/08 – Praça Cardoso -Aglomerado da Serra 17h30
12/08 – Escola Municipal Maria da Assunção de Marco (Nordeste) – 9h
14/08 – Escola Municipal Arthur Guimarães (Noroeste) – 9h
09/09 – Escola Municipal Daniel Alvarenga (Norte) – 9h
11/09 – Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado (Pampulha) – 9h