Em comemoração aos dez anos de atuação, a organização inicia uma residência artística no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro com apoio da Vallourec
A rotina de um hospital é repleta de procedimentos e horários fixos para o acolhimento e atendimento de pacientes. O que acontece quando uma dupla de médicos palhaços se insere nesse espaço? A lógica formal, o tempo e espaço se convertem no que cada paciente desejar, criando lugar para brincarem, sorrirem e serem protagonistas em um grande espetáculo individual. A partir de agosto, especialistas em fazer sorrir compõe o corpo clínico de mais um hospital em Belo Horizonte. O Instituto Hahaha, organização da sociedade civil que atua com a palhaçaria profissional, anuncia o início da residência temporária no Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro (HMDCC), na regional do Barreiro, como modo de celebrar os dez anos da organização, trazendo um presente para a comunidade hospitalar.
São realizadas intervenções artísticas uma vez por semana, leito a leito, por uma dupla de palhaços. Iniciar no HMDCC é a oportunidade de buscar garantir o direito e acesso à arte e à cultura para idosos, seus familiares, profissionais de saúde e corpo técnico. “É a primeira vez que chegamos ao serviço público municipal de saúde e na regional Barreiro, que é tão importante, por isso é um marco na nossa história chegar em novos territórios da cidade!”, declarou Eliseu Custódio, co-fundador do Hahaha. Para o diretor executivo do HMDCC, Danilo Borges Matias:
“é uma satisfação iniciar essa parceria com o Instituto Hahaha. Queremos oferecer aos nossos pacientes o melhor cuidado e estudos demonstram os benefícios do riso e da alegria para o bem-estar no ambiente hospitalar. Que essa parceria possa ser longeva e alegre como são a equipe HMDCC e o Hahaha”.
A residência artística por enquanto é temporária e será realizada de agosto a dezembro, mas como pontua Gyuliana Duarte “o desejo é que esse seja só o início e que a parceria possa ser mantida. Já era uma vontade do Hahaha, reconhecendo a relevância do Hospital, que é uma referência nacional no atendimento, e da regional, e juntamos isso ao desejo que o hospital já tinha de ter o programa de intervenções artísticas e do patrocínio de quem acredita nessa potência para torná-lo uma realidade”, conclui a co-fundadora do Instituto. Essa expansão é executada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com o patrocínio da Drogaria Araujo e da Vallourec, com realização do Ministério do Turismo e Secretaria Especial da Cultura.
Promover a palhaçaria em ambientes de saúde é uma prática exercida pelo Instituto desde 2012. A organização está presente em 18 espaços, entre hospitais, UAIs e ILPIs, em quatro cidades. A ampliação para o atendimento ao público idoso teve início em 2018. Desde então, foram alcançados 50.817 entre idosos, acompanhantes e corpo técnico. Dos atendimentos gerais, o Instituto Hahaha acumula desde 2012 mais de um milhão de pessoas alcançadas. Quem já conhece o impacto comenta a potência desse trabalho. A presidente da Associação Paulo de Tarso, Ana Carolina de Souza, afirmou que: “as ações que têm sido realizadas pelo Hahaha trazem leveza e confiança para as famílias. É um trabalho que tem beneficiado muito na recuperação dos pacientes. As ações humanizam o atendimento. A arte transforma e humaniza, e não só falando de pacientes, mas para os colaboradores traz uma nova experiência, conexão, e confiança. O sorriso e a alegria também são terapêuticos!”
Dez anos de HAHAHA
Para além de expandir para mais um hospital, este ano terá muitas comemorações voltadas a compartilhar com o público o impacto da arte em ambientes de vulnerabilidade social. O Instituto reuniu 10 artistas residentes em Minas Gerais ou mineiros para criar obras artísticas em alusão a cada ano de trabalho. Qualquer pessoa pode solicitar gratuitamente um dos imãs colecionáveis elaborados a partir das obras. Basta se cadastrar no link até 30/09. O envio das cartas é limitado ao estoque de produtos. As obras podem ser conferidas neste catálogo virtual. Em 2022, também será lançado um documentário e um e-book com causos e acasos que marcaram essa trajetória.
Foto: Carol Reis