No quarto dos leões

Se você for no 8° andar do hospital João XXIII, cuidado! Há leoas e leões, são filhotes, mas existem! São animais felinos aparentemente fofos, mas de uma força animal e um rugido que assustam os mais corajosos e corajosas.

Um dia, nós, médico e médica besteirologista, vestimos nossos espíritos de aventureiros e adentramos em um quarto do falado andar. De longe, em um leito mais distante perto da janela, ouvimos um rosnado. Como selvagem que já fomos um dia na história da humanidade, dobramos um pouco nossos joelhinhos para ficarmos mais espertos, e, assim, caminhamos rumo ao rosnado.

Ali estava, conseguimos ver um tufo de cabelos cacheadinhos entre faixas. Seria uma juba?

Chegamos mais perto e “urrrraaaaauuuu!”. O rosnado foi maior! A leoa se revelou e logo bem atrás um outro “uraaaaauuuuu!” e na lateral um outro “uraaauuuuu!” Estávamos cercados de felinos e felinas por todos os lados!

Para fugir, corremos para entrar na primeira porta que vimos. Alguém gritou:

— Aí é o banheiro!

Então corremos para fora novamente. No desespero, passamos pelos felinos aos pulos, aos saltos, voando, entortando, tremendo, gritando!

E com muita aventura escapamos, e os leões e leoas, continuaram ali, rugindo, rosnando:

— “Urrraauuuuu”. Cadê os palhaçoooss. “Urraaauuuuuu”. Palhaaaaços…”urraaauuuu”. Venham cáaaa. “Urraaauuuuu, urraaauuuuu, urraaauuuuu”.

Texto: Daniela Rosa, a Dra. Rosa.

Foto: Fabiano Lana