Nossa história com música já é antiga. Quando ainda estávamos fazendo as visitas presenciais no IGAP, antes da pandemia, nossa afinidade se deu através do gosto pelas músicas caipiras.
No primeiro encontro já combinamos que em um próximo tocaríamos cada um no seu violão outras modas sertanejas. Assim foram as nossas conversas desde então, trilhando entre música e instrumento. Eu tenho um acordeon e achava ele grande demais para carregar durante os atendimentos nos hospitais e nas casas de apoio.
Veio o isolamento social e, a partir disso, comecei a fazer as teleconsultas virtuais daqui de casa e um dia desses fui atender este senhor, morador do IGAP, parceiro no sentimento de harmonia pela arte da música popular. Quando atendeu o tablet logo lançou: “o que você preparou para hoje?”. De repente, eu surjo com uma sanfona 120 baixos que mal cabia na tela do aparelho. Meu companheiro seresteiro deu um sorriso e seu corpo se encheu todo de alegria. Perguntei o que ele tinha achado e me respondeu: “sou apaixonado com sanfona”. Esses 120 baixos é muito baixo para o pouco que toco, mas eu toquei com humildade e ele se encantou. Confessei que eu tinha muita satisfação com nossos papos e reflexões sobre a música e a opinião dele era importante para mim. Ele me deu a maior força e, mais que isso, me fez um convite para ser a “gaitera” em uma apresentação que ele vai fazer junto a outros músicos. E lá vai nós dois, mais uma vez, unidos pela música combinando outra história.
Texto: Dra. Rosa Ver menos