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Um dia no hospital
Começamos pelo hospital João XXIII. No 8° andar tem uma média de oito leitos. No segundo andar, mais ou menos umas 10 crianças nas enfermarias, umas cinco ou seis no CTI e dois quartos de isolamento, se houver. Quase sempre tem! Aí, atravessamos a ponte retornando pro João Paulo II. O 3° andar tem 75 leitos ativos. Tem também o CTI com 16 possibilidades de encontros e mais o 2° andar com uma média de 25 a 30 visitas! Fora as enfermeiras (os), médicas (os), equipe multidisciplinar, pessoal da limpeza, manutenção, administração, cozinha, farmácia… É encontro que não acaba mais! Relações pra lá de especiais….
Carta de amor pra Dra. Rosa
“Minha cabeça trovoa sob o meu peito eu te trovo e me ajoelho, destino canções…”. Rosinha, ando intuitivamente pensando no ano de trabalho juntos, e gostaria de desde já te agradecer imensamente. “Flores vermelhas, Vênus, bônus, tudo que me for possível, ou menos, mais ou menos, me entrego, me ofereço, reverencio a sua beleza, física também, mas não só, não só”. Ando com a sensação de que foi o ano, um dos, o, mais importante nessa minha trajetória hospitalar. “Graças a Deus você existe, acho que eu teria um troço, se você dissesse que não tem negócio”. Pude experimentar a leveza de…
Não pode rir!
Ontem encontramos algumas crianças que não podiam rir. Por cirurgia ou por doença mesmo. Entramos no corredor do Hospital Santa Casa e fomos ao quarto dela. Uma menina grandona de longos cabelos e super brincalhona estava escovando os dentes.De pronto, ela nos avisou: —Eu não posso rir. Mas tinha um pouco de charme temperando a verdade da menina. Não resistimos! Foi um “trupico” aqui, uma “portadinha” ali, um esbarrão na parceira, uma troca de lugar mais brusca com alguém que passava. E a menina avisou novamente: — Eu não posso rir! E aí, dessa vez, havia menos charme na voz, mais disponibilidade e interesse. Respeitamos. Paramos a…
O menino que virou pedra
Pequeno, bem pequeno, ele sempre estava lá. No começo ainda não percebia que ele estava virando uma pedra, pois alegre nos recebia! — Ô, palhaço! Ô, palhaço, eu estou aqui! Aqui, ó! Ele, arteiro, se escondia debaixo da cama, atrás da porta, no colo de sua mãe. Ela, por sua vez, esperava os dois palhaços se distraírem e já dependurava o menino na vara de soro, para que não descobríssemos que Briant era um menino. A mãe o ajudava a se esconder nos esconderijos mais inusitados! Um dia ele começou a falar de si mesmo, como se ainda estivesse escondido. Mesmo a gente…