pesquisar
Carta de amor pra Dra. Rosa
“Minha cabeça trovoa sob o meu peito eu te trovo e me ajoelho, destino canções…”. Rosinha, ando intuitivamente pensando no ano de trabalho juntos, e gostaria de desde já te agradecer imensamente. “Flores vermelhas, Vênus, bônus, tudo que me for possível, ou menos, mais ou menos, me entrego, me ofereço, reverencio a sua beleza, física também, mas não só, não só”. Ando com a sensação de que foi o ano, um dos, o, mais importante nessa minha trajetória hospitalar. “Graças a Deus você existe, acho que eu teria um troço, se você dissesse que não tem negócio”. Pude experimentar a leveza de…
Não pode rir!
Ontem encontramos algumas crianças que não podiam rir. Por cirurgia ou por doença mesmo. Entramos no corredor do Hospital Santa Casa e fomos ao quarto dela. Uma menina grandona de longos cabelos e super brincalhona estava escovando os dentes.De pronto, ela nos avisou: —Eu não posso rir. Mas tinha um pouco de charme temperando a verdade da menina. Não resistimos! Foi um “trupico” aqui, uma “portadinha” ali, um esbarrão na parceira, uma troca de lugar mais brusca com alguém que passava. E a menina avisou novamente: — Eu não posso rir! E aí, dessa vez, havia menos charme na voz, mais disponibilidade e interesse. Respeitamos. Paramos a…
O menino que virou pedra
Pequeno, bem pequeno, ele sempre estava lá. No começo ainda não percebia que ele estava virando uma pedra, pois alegre nos recebia! — Ô, palhaço! Ô, palhaço, eu estou aqui! Aqui, ó! Ele, arteiro, se escondia debaixo da cama, atrás da porta, no colo de sua mãe. Ela, por sua vez, esperava os dois palhaços se distraírem e já dependurava o menino na vara de soro, para que não descobríssemos que Briant era um menino. A mãe o ajudava a se esconder nos esconderijos mais inusitados! Um dia ele começou a falar de si mesmo, como se ainda estivesse escondido. Mesmo a gente…
Miojo
Fomos resgatadas enquanto despretensiosamente passávamos pelo corredor, rumo a sala 5. A emergência chegou antes de chegarmos ao nosso destino. Ela veio gritando: — Dra. Brisa! Dra. Brisa! Vem cá no bloco! Entramos eu e Dra. Zabeinha. No sentido contrário a nós, vinha uma maca transportando um jovem senhor, coberto do pescoço para baixo. Na entrada do CTI pós cirúrgico aconteceu nosso encontro. Ele ainda estava meio grogue da anestesia. Nós nos apresentamos e informamos que fizemos sua cirurgia e que tinha sido um enorme sucesso! O bicho de pé havia sido extraído com louvor e precisão. Ele soltou…
