Rotina

Finalizada a obra na salinha onde fazemos nossa transformação para o exercício da medicina, a poeira abaixou, e eu, Dra. Brisa, e ela, Dra. Zabeinha, seguimos nossa jornada de dois dias semanais no Hospital das Clínicas – UFMG. O bom dia começa com as meninas da comunicação e segue rumo ao 10º andar, onde algumas crianças e suas mães nos esperam. Escada abaixo descemos, e no 9º andar tendo ou não crianças sempre tem festa com as meninas da enfermagem. Chegando no 6º, um corredor comprido se apresenta diante de nossos olhos e é tanto entra e sai, fofoca daqui,…

Disk Dra. Brisa

Sempre tímida, ressabiada e séria. Essa era a impressão que tínhamos dela após nossos encontros no 9°andar. Como as visitas são frequentes, por vezes conseguíamos uma olhada sútil, daquela de soslaio, rápida e disfarçada. Posso jurar que um dia vi uma beiradinha de sorriso! Aí, numa manhã de sol, no meio do corredor, em fofoca profissional com uma das médicas mais sorridentes e parceiras no andar, ela comentou que a tal mocinha era mais adepta a relações virtuais, devida tamanha timidez! Pronto. Tive uma ideia! Com discrição, passei meu numero de WhatsApp pra ela esperando solucionar a distância da relação….

Boca de Balde

Eu vou falar. Eu não gosto de ficar falando dos outros, nem sei quem teve a ideia desta coluna. Boca de balde, boca grande. Ah não! Às vezes, de repente, sem querer, quando escapa da boca é o maior arrependimento. Na verdade, eu queria falar mesmo. Na verdade, eu até sabia que ia dar aquele mal estar, mas acabo falando, fazer o que? Não falar, né? Eu fico pensando o porquê fiquei falando dos outros. Eu não gosto. Tem dia que me preocupo com a vida alheia, tem dia que fulano é mais bonito, mais esperto, mais rico que eu,…

Galopeiraaaaaaaa!

Avistamos um moço magro e alto, caminhando lentamente e suavemente com seu corpo todo enfaixado com apenas o rosto aparecendo. Vinha em nossa direção, lá do fundo de um dos tantos corredores do hospital João XXII. Nesse dia, eu tinha o violão e a Dra. Zabeinha como companheiras. Quando encontramos frente a frente com o rapaz, ele olhou cheio de gosto para o violão e com pesar, mas com paixão, logo falou levantando os braços enfaixados:n— Se eu pudesse, eu tocava o violão.nNo ímpeto, peguei a viola e chamei em um galope a moda conhecida. O rapaz, claro, sabia cantar….