Carta de despedida do Dr. Risoton

Quando eu chegar na porta do quartinho do terceiro andar da Santa Casa, na pediatria, vou me lembrar de muitos outros anos de trabalho do Instituto HAHAHA. E entrando no quarto, encontrarei Dra. Suzette. Ela, muito séria e comprometida, vai deixar a chave entravar a fechadura, ou mesmo enroscar o chaveiro no próprio cabelo. Ela vai encher-se de uma elegante vontade do dia, em tom apressado, e dizer um pouco das suas confusões verbais. Algo como: “Bom dia, Dr. Risoto, ontem eu trabalhei em três turnos. Preciso me vestir rápido. Nossa, você viu a notícia daquele candidato?! Adoro dias frios, ovo frito…

A aventura de Dra. Suzette no Santa Casa BH

Santa Casa, centro de BH, 9h30 da manhã. Terça ou sexta. De longe ouço os passos de pássaro no corredor. “Tu vens, tu vens Risoto, eu já escuto os teus sinais…”Ele vai bater na porta da salinha, onde nos arrumamos, com a delicadeza habitual: toc, toc, toc, toc, toc, igual a todos os dias. Vai me dizer “bom dia, Dra. Suzette” com um sorrisão. Ele vai colocar seu vestido. Pode ser aquele que eu acho bonito, que é o cinza, ou o outro que o pessoal gosta mais, dizem que é de São Francisco, de padre, ou que ele assaltou meu varal!…

nAquele abraço

Até mais vê, Hospital das Clínicas!nSe eu morasse aqui pertinho, todo dia eu vinha te ver. Passear à toa por esses corredores, só assim mesmo de bobeira, dar um rolê. Ouvindo um som, percorrer andar por andar e encontrar com um chegado ou chegada, levar um papo bom.n Alô bagaceiras da enfermagi , aquele abraço! Galera do administrativo, aquele abraço! Povo da comidinha, aquele abraço! Doutoras e doutores, aquele abraço! Divas e amigos do elevador, aquele abraço! E a galera da limpeza, que firmeza, que fineza, flores de realeza, aquele abraço! Pras seguranças e seguraços, aquele abraço Alô crianças, nossas…

Resposta à carta de amorn

Dr. Mulambo Do Sertão, te respondendo, meu companheiro,n Sabe, o que sinto é que esse ano passou voando, mas que parece que aconteceu tanta coisa que não sei como coube nesse tempo até aqui. Esse 2018 pra mim, foi cheio de mudança (cê sabe) dumas barras chatas de viver. Teve dias de sair de casa de manhã com tristeza, mas no trabalho do hospital com você, tudo isso se transformar. n Mula, metaforicamente, eu sinto vontade de me jogar no abismo, de voar, de sair correndo confiante de peito aberto, com coragem. Todo dia me pergunto, por que não fui mais ousada? n Eu…